Hom·bri·da·de

(espanhol hombridad, qualidade de homem)

substantivo feminino

1.  Aspecto varonil.

2. Dignidade, nobreza de  caráter.

3. Altivez louvável.

4. Desejo de ombrear.

"hombridade", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021, https://dicionario.priberam.org/hombridade

 

Bem vindo torcedor colorado, bem vinda família colorada!

Comecei a crônica hoje destacando essa palavra por um motivo muito simples, tanto no futebol, quanto em nossa vida pessoal e profissional, devemos sempre buscar dar o melhor de nós e fazer com que o impacto de nossas escolhas sempre seja positivo.

Porém, sempre existe algumas pessoas que confundem hombridade com agressividade, deslealdade, usar a força e o grito pra conquistar o que se quer. Sendo que se trata sempre de caráter, atitude, postura e dignidade. O oposto do dito popular “galo de briga”, que é quase uma regra entre pessoas que querem aparecer.

No futebol, existem poucos espaços para o grito e com certeza a arquibancada é um deles, a torcida grita para apoiar e algumas vezes criticar, faz parte do jogo. O técnico na beira do campo para passar instruções e jogadores para se motivar durante a partida.

Não é raro e nem incomum, que grupos de jogadores muito numerosos tenham conflitos internos, todos querem e acham que tem a qualidade necessária para ser titular, jogar e brilhar. Porém o dia a dia, o convívio acaba por fazer heróis e vilões, seja pela habilidade ou por suas atitudes.

Existem atletas que são torcedores e realizam o sonho de jogar pelo seu time, existem jogadores que vão pelo dinheiro e se apaixonam pela torcida e cultura local e tem aqueles que estão lá apenas para cumprir o contrato. Mais uma vez, faz parte do jogo...

Ninguém que desembarca no Salgado Filho tem a obrigação de começar a amar o vermelho e branco, saber cantar o hino rio-grandense (embora eu aconselho a aprender), ou decorar as musicas da popular. Mas o mínimo que se exige de atletas que vestem a camisa colorada é profissionalismo, hombridade!

Um clube do tamanho do internacional, com a rica história mais que centenária, construída pelo seu povo é motivo para qualquer funcionário, jogador, técnico ou diretor, sentir orgulho de estar fazendo parte dessa construção, mesmo que em algum momento alguns nomes não mereçam estar ocupando o mesmo espaço que o clube na beira do Guaíba.

Quando abro os sites de noticia para ler o que acontece no estado, país e mundo, geralmente não tem o nosso Inter em destaque, por questões de localização, econômicas e de mídia que prefere puxar o saco de clubes do eixo, ou de tons mais azuis.

Mas eu sei torcedor, que você também se incomodou e se incomoda sempre que um jogador até dois dias atrás ainda patrimônio do clube, tenta ganhar manchete em cima do colorado. Se colocando acima da história do clube e acreditando ter mais importância que atletas que estão se dedicando todos os dias para buscar vitorias.

Esse sujeito em questão, ao qual me recuso dar o nome aqui, porque não merece! Teve problemas por todos os clubes por onde passou, basta uma pesquisa rápida em seu histórico e veremos que talvez os problemas não estejam nas instituições, mas sim na cabeça do atleta.

Um jogador mediano que teve certo destaque no Ceara, virou manchete no Vasco por problemas fora de campo, foi contrato sem muitas expectativas e teve seu auge com um técnico argentino que também só fazia reclamar do clube nas suas entrevistas, mostrando um descompromisso com a ética.

Nessa boa fase como atacante, recebeu aumento generoso no salário, o tempo passou os gols sumiram os problemas apareceram. Em qualquer trabalho você é cobrado por aquilo que recebe, quanto maior as responsabilidades, maior a cobrança. Especulações sobre conflitos com o grupo e com dirigentes começaram a surgir e o caminho foi o empréstimo para Espanha, para o time daquele mesmo técnico com o mesmo desvio de atitude, talvez para ver se a parceria funcionasse novamente.

Não aconteceu, amargou a reserva, jogou pouco e gols mesmo só na tv. A prova que era apenas um momento de sorte, e pouco teve haver com o técnico.

Pois é torcedor colorado, e para a surpresa de todos ao voltar, acreditou que estava por cima da carne seca, podendo escolher e fazer exigências. Mas a vida sempre da um jeito de mostrar a realidade, não apareceu clube da Europa, nem das arábias, no Brasil ninguém disposto a pagar o alto salário, porque claramente ganhava mais do que entregava no Inter.

Nem seu ex clube o Ceara fez esforço para contrata-lo novamente, e no apagar das luzes foi anunciado pelo Fortaleza, uma solução inesperada para um problema criado pelo próprio jogador.

E aí é que está o grande problema do ser humano, o nosso ego, a nossa constante vontade de estarmos certos e os outros errados, na sua entrevista de apresentação fez questão de cutucar o Inter e atletas que aqui estão.

O ego de um sujeito com o histórico de problemas e confusão fora de campo, continuar acreditando ser “crème de la crème” mesmo sem muitos interessados em seu futebol, é algo para ser estudado por especialistas.

Como Dalessandro ídolo colorado falou em entrevista a rádios do Rio Grande do Sul, aqui descrito de forma literal: “O Inter é maior que qualquer jogador, ou dirigente, a gente passa, o clube fica. Ninguém é obrigado a jogar no Inter, o Inter é maior que tudo”.

Talvez torcedor colorado, seja por isso que nosso eterno camisa 10 seja ídolo, enquanto o outro sujeito sirva apenas para quebrar um “galho” por onde passa.

Hombridade não é algo que se compra, é algo que se conquista no seu dia a dia, se forja nos erros e acertos e se mantem seguindo sempre o bom caminho, talvez seja esse o problema desse sujeito, como será que os futuros companheiros de clube vão olhar pra ele, sabendo dessa vaidade. Um jogador mediano que um dia pensou ser craque, acabou jogando aonde o quiseram, não aonde achou que deveria.

E agora só vai aparecer por entrevistas e tentando reacender polemicas, um fim melancólico para aquele que se achou maior que os clubes por onde passou.

Ídolos ficam, os comuns a história apaga.

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